Você convive com CRIANÇAS?

Filhos, netos, sobrinhos, filhos de amigos... alunos... Já pensou em suprir junto a eles a grande lacuna na educação brasileira, ensinando-lhes valores como ética, integridade, respeito, honestidade, não violência, etc.?

Então, este blog foi feito para você.


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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

COMPAIXÃO - Conclusão

(PARA SER LIDO PELO FACILITADOR, interagindo com os presentes, conforme orientações em itálico.)

Algum de vocês tem se lembrado de cumprimentar as pessoas, de ser mais amoroso, mais fraterno, de dar um abraço...?
O facilitador (o adulto que esteja conversando com as crianças) deve incentivar respostas.

Mariazinha andava ocupando seu espírito com a questão da compaixão apresentada pelo lama budista na forma de cores. Já tinha lido sobre algumas cores e seus significados. Já sabia que o azul se refere a “acolhimento”; o amarelo a “meios” que empregamos para ajudar alguém; o vermelho ao “eixo”, ou seja, a uma boa orientação. Lera também sobre o verde, usado quando interrompemos uma ação negativa, assim como ela fez com sua amiga Nicinha, que estava para fazer uma bobagem, e ela acabou “pegando pesado” com a amiga, mas conseguiu que esta mudasse de ideia.
Assim que pôde, Mariazinha voltou a ler aquele texto do lama Padma Santem e encontrou o seguinte: “A última é a cor branca, a culminância da compaixão. Ela está em descobrirmos a natureza ilimitada e ter suficiente amor para oferecê-la às outras pessoas.”
Aí a coisa complicou-se um pouco. O que seria essa natureza ilimitada?
Achou melhor pedir ajuda ao pai, que disse:
– Acho que ele está se referindo a Deus. Cada religião entende Deus à sua maneira e muitas lhe dão nomes diferentes: Absoluto, Altíssimo, Arquiteto Cósmico, Jeová...; outras se referem a Deus como “aquele cujo nome não pode ser pronunciado” ou então “causa primária de todas as coisas” e assim por diante. Já o grande cientista Albert Einstein disse que Deus é a força da natureza, o Grande Legislador do Universo.
– Não entendi, disse Mariazinha. – Que é isso de Grande Legislador do Universo? Legislador não é aquele que faz as leis?
– Exatamente – respondeu seu Geraldo. – Não foi Deus quem fez as leis que regem o universo? Então...
– Ah, agora entendi, afirmou a menina. – São essas leis que fazem com que haja ordem no universo.
Seu Geraldo, rindo da esperteza da filha, disse:
– Imagine, por exemplo, o caos que seria sem essas leis que regem os movimentos dos corpos celestes. São elas que aqui na Terra determinam os dias, as noites, as estações do ano e permitem que haja vida em nosso planeta. Pense em como seria se de repente essas leis deixassem de existir ou de atuar.
Mariazinha não respondeu, apenas riu, lembrando-se do sonho que tivera com o planeta Hipotálus, que acabou explodindo, porque o acaso havia tomado conta de tudo e as leis naturais deixaram de atuar.
Voltou ao computador, pensativa. O texto que falava sobre a natureza ilimitada, Deus, dizia que era preciso suficiente amor para levar essa natureza às outras pessoas.
A garota pensou, pensou e concluiu que isso pode acontecer através das nossas ações, isto é, quando vivemos de acordo com as leis de Deus, amando, sendo honestos, respeitadores e pacíficos, estamos apresentando aos outros essa natureza divina.
Porém não estava inteiramente satisfeita, queria saber mais e continuou a procurar outros enfoques sobre Deus, na Internet.
Nessa procura, conheceu as mais diversas maneiras de se entender Deus. Percebeu que cada religião O via numa forma diferente.
Esse entendimento mexeu com a cabeça da menina; ela correu a pedir novamente ajuda ao pai e foi logo dizendo:
– Papai, eu fui pesquisar na Internet sobre Deus e encontrei mais de dez explicações diferentes sobre Ele. Agora estou completamente confusa. Se todas essas religiões acreditam sinceramente que estão com a verdade, como é que fica? Qual delas está com a razão? Como é que a gente pode saber em qual delas confiar? Ou será que tudo isso é invenção?
– Calma, minha filha – respondeu seu Geraldo. – É inegável que existe um ser superior, alguém acima e muito além de tudo que nossa mente consiga entender. Basta fazermos duas perguntinhas básicas para percebermos nossa absoluta incapacidade para entender Deus.
– Que perguntinhas são essas? – indagou Mariazinha, curiosa.
– São sobre o tempo e o espaço – respondeu seu Geraldo.
Ele continuou:
– Se pensarmos sobre o tempo, daqui para a frente... é fácil imaginar a eternidade... um tempo que nunca termina. Mas se começarmos a voltar no tempo, sempre mais e mais para trás, esperamos chegar ao seu começo, não é verdade? Só que aí perguntamos: como era antes desse começo?
Mariazinha pensou um pouco e disse:
– Entendi, papai. A mesma coisa acontece com o espaço. Se viajarmos à velocidade da luz em alguma direção por muitos milhares de anos e chegarmos ao fim do espaço... então vamos perguntar o que existe depois desse fim.
– É isso mesmo, filha – respondeu seu Geraldo, orgulhoso com a inteligência da menina, e continuou:
– Já deu para ver que o ser humano não tem capacidade para entender Deus. Se nem mesmo o tempo e o espaço conseguimos vislumbrar, como poderíamos então visualizar o Criador de tudo isso?
Mariazinha refletiu mais um pouco e sua expressão foi ficando preocupada. Finalmente comentou:
– Eu estava muito feliz ao acreditar em Deus. Mas, agora, não sei mais o que pensar. Será que Deus existe mesmo? E, se ele existe, será que cuida mesmo da gente, assim como as religiões ensinam?
– Não fique preocupada, filha. Basta olhar em torno e verificar que há uma inteligência maior dirigindo tudo; há um comando inteligente na própria vida. As leis naturais são perfeitas e seus impulsos sempre visam à evolução.
– Mas, papai, o que eu quero saber é se existe um Deus que cuida da gente, conforme as religiões afirmam.
– Bem, filha, se podemos entender que Deus é a causa primária de tudo e que a vida e o universo são regidos por leis equilibradas e sábias, então podemos concluir que nós também somos governados por leis equilibradas e sábias.
– Entendi, papai – respondeu Mariazinha. – Mas como é que posso saber se Deus cuida mesmo de mim?...
Seu Geraldo pensou um pouco e respondeu:
– Bom, em primeiro lugar, podemos perceber que o amor é a grande força do universo. É o amor que conduz os seres à felicidade, e, se esse sentimento existe, é que ele procede de Deus. Sentimentos negativos, como o ódio e outros tantos, são criações nossas e não são eternos, porque, quando abrimos o coração para o amor, eles desaparecem. Então, se nos guiarmos pelo amor, se vivenciarmos o amor, estaremos em harmonia com Deus. Quanto a Ele cuidar de nós, isto podemos conhecer na prática, ao longo da vida. Contam-se aos milhões as narrativas de pessoas que pediram ajuda a Deus num momento de aflição, e a ajuda chegou das formas as mais inesperadas.

O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.

 

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